Opinião | O que as ossadas de 4 gerações revelam sobre os segredos dos cavaleiros migrantes da Ásia

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Quando estudei a história de Roma, me contaram que uma das razões da queda do império foram as invasões de bárbaros vindos do Norte, um povo primitivo e violento. Átila, o huno, decepando cabeças foi o que sobrou na minha memória. A verdade é que esses “bárbaros” eram populações vindas da Mongólia, no Norte da China, especializadas no pastoreio (criação da animais a pasto), com uma cultura muito sofisticada.

Estudo recria séculos de história de civilização que migrou da Mongólia para a região onde hoje é a Hungria Foto: Tungalag - stock.adobe.com

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Além do Hunos, uma população, os Avar, migrou da Mongólia para o leste europeu e se estabeleceu nas planícies que hoje são ocupadas pela Hungria.

Eram exímios cavaleiros e há relatos de que eram capazes de usar arcos e flechas galopando nos seus cavalos, sentados de maneira invertida, com o corpo voltado para a traseira do animal. Já vi essa proeza em filmes de faroeste, com indígenas americanos, mas não sei se era prática corrente nas Américas.

Quem eram os Avar?

Os Avar se instalaram nas planícies da bacia dos Cárpatos no ano 557 e ocuparam a região até 822 quando foram exterminados nas guerras que formaram o Imperio Carolíngeo, sob comando de Carlos Magno.

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Em 626, tentaram invadir Constantinopla sem sucesso e a partir de então se fixaram na planície. Os Avar viviam em tendas e não deixaram grandes cidades, mas deixaram muitos cemitérios onde eram enterrados com seus cavalos e arreios.

É possível reconstruir a história através dos genomas?

Os Avar eram exímios cavaleiros e existem relatos de que eram capazes de usar arcos e flechas galopando nos seus cavalos, sentados de maneira invertida, com o corpo voltado para trás Foto: Reprodução/Nature

Comparando os genomas, foi possível determinar relações de parentesco entre elas e assim construir um enorme pedigree com mais de 300 pessoas interligadas por laços de casamentos e filiação ao longo de 9 gerações e 250 anos. Este é seguramente o maior pedigree construído a partir de ossadas retiradas de cemitérios e cobre os 250 anos em que os Avar dominaram a região.

Como os Avar viviam e se relacionavam?

Examinando o pedigree e as sequências de DNA, foi possível descobrir muitas coisas sobre essa cultura. Primeiro fica claro que todos eram de descendência mongólica e praticamente não existiu casamento com as populações europeias. Isso não implica que vivessem isolados socialmente, mas demonstra que o isolamento genético era quase perfeito.

Também foi descoberto que os filhos homens de cada casamento eram enterrados junto com a família dos pais enquanto as filhas foram encontradas nos túmulos dos seus maridos. Isso significa que a sociedade era patriarcal e eram as filhas que iam morar com a família do marido.

Como era a estrutura familiar dos Avar?

Em todos os casamentos do pedigree, não foi encontrado um caso sequer de casamento entre irmãos ou primos de primeiro e segundo grau. Tantos homens quanto mulheres tiveram filhos com diversos parceiros. No caso dos homens, as segundas ou terceiras parceiras também vinham de outras famílias, não obrigatoriamente da mesma família da primeira mulher.

Não foi possível determinar se esses


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